"No momento em que este prezado companheiro, Chefe do Estado Maior da 11ª
Brigada de Infantaria Blindada e meu principal acessor deixa a ativa do
Exército,
após haver completado 40 anos de efetivo serviço prestado,
é com grande
satisfação que lhe consigno o presente elogio, como reconhecimento
à sua
excelente folha de alterações, solidificada, passo a passo,
em sua bela carreira.
Carreira militar que tem o seu nascimento em 15 de fevereiro de 1960, quando
foi
matriculado no Curso Básico da Academia Militar das Agulhas Negras,
após ter
concluído o curso do Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde
fora aluno de
1952 a 1959.
Foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria, em 20 de dezembro
de
1962 e classificado no Regimento Escola de Infantaria, no Rio de Janeiro.
Nessa sua primeira Unidade, deu os passos iniciais como oficial na sua
brilhante
caminhada. Sua lucidez de espírito e acurado senso de observação,
aliado ao
empenho com que se dedicava aos afazeres da caserna começaram então
a ser
apreciados por sucessivos chefes. A
partir daí seriam constantes as citações sobre
duas qualidades nesse militar de escol: a lealdade e a dedicação,
qualidades estas
que manteve, entre muitas outras que emolduram seu caráter, durante
toda sua
vida militar.
Promovido a 2º Tenente em Agosto de 1963, permaneceu no desempenho
das
funções de oficial subalterno no famoso Regimento Escola.
Em maio de 1965, importante designação para uma missão,
veio caracterizar sua
carreira. Deslocando-se o então Ten. SAMPAIO para a República
Dominicana, no
cumprimento de missão de segurança solicitada pela Organização
dos Estados
Americanos, onde permaneceu até Novembro de 1965, sendo promovido
a
1º Tenente em agosto, quando lá se encontrava.
Nessa espinhosa tarefa em São Domingos recebeu uma referência
elogiosa de
seu Cmt. Cia. Cmdo., em que é salientada a sua coragem no acompanhamento
da
tropa nas missões mais difíceis, como construção
de linhas de campanha
patrulhamento dessas linhas, sob fogo inimigo. Cumpre destacar o seguinte
trecho:
"O Pel. Com. é reflexo de seu chefe imediato, sempre ocupado
em suas missões
e destacando-se nas inspeções. Agradeço a cooperação
prestada pelo Ten.
SAMPAIO, certo de que seu êxito na República Dominicana, onde
sua atuação foi
elogiada por oficiais estrangeiros, conhecedores do seu trabalho, é
o estímulo
para que mantenha sua conduta em prol do nosso Exército e do Brasil,
como
vem fazendo até agora."
E esse desejo de seu Cmt. Cia. se realizou, pois o Ten. SAMPAIO prosseguiu
de
forma destacada na sua trilha de sucesso profissional, até os dias
de hoje.
Retornando de São Domingos, continuou desempenhando suas atividades
no
Regimento Escola de Infantaria com a mesma dedicação excepcional,
capacidade
de trabalho e competência profissional. Invariavelmente, os elogios
recebidos
salientam a sua presteza para cumprir qualquer missão e o grande
espírito de
cooperação.
No Regimento Escola de Infantaria ocupou as funções normais
como oficial
subalterno, entre outras, principalmente como Of. Moto., Of. Trnp. e Of.
Com.,
função esta que se destacou, mesmo sem possuir o curso de
especialização, pelo
conhecimento adquirido na prática.
Em 31 de dezembro de 1968, com a promoção a Capitão,
prosseguiu no
Regimento Escola com o mesmo entusiasmo e dedicação, impondo
suas
características de oficial metódico e organizado, preocupado
com o preparo
profissional eficiente de seus soldados. Foi sucessivamente, Cmt. Cia.
de
Petrechos Pesados do 1º Batalhão e Oficial de Comunicações
do Regimento,
função na qual deu provas inequívocas de eficiência,
por suas excepcionais
qualidades e virtudes militares.
Aliás, o elogio de seu Cmt. Regimento, consignado em abril de 1970,
reafirma as
qualidades do então Cap. SAMPAIO, louvando-o "Pela sua noção
exata do
cumprimento do dever, do qual faz profissão de fé, engajando-se
a fundo e com
mesmo ardor em qualquer missão e dela se afastando somente após
cumpri-la
com esmero e perfeição, foi, sem dúvida um excepcional
oficial de Comunicações
do Regimento Escola de Infantaria".
Em Janeiro de 1970 foi matriculado na Escola de Comunicações
para fins de curso,
que concluiu em dezembro do mesmo ano, sendo nomeado Instrutor daquela
Escola
para o ano seguinte.
Deixou então o Regimento Escola de Infantaria, onde prestara ótimos
serviços por
oito anos.
Na Es.Com. destacou-se como excelente e cuidadoso instrutor, integrando-se,
em
pouco tempo, à equipe docente, inserindo nos trabalhos as experiências
adquiridas
do REsI e nas operações de combate da República Dominicana,
como membro do
Destacamento Brasileiro da Força Interamericana de Paz.
Sua preocupação na preparação detalhada de
suas instruções e seu pendor
especial para as missões e trabalhos de serviço em campanha
e o cuidado com
que organizava todas as atividades dessa natureza foram amplamente elogiados
pelos seus Comandantes de então.
Em 1973 foi matriculado na EsAO e após a conclusão do curso
foi classificado no
37º BIMtz, em Lins - SP, onde foi designado para as funções
de Cmt. Cia. Cmdo.
e Diretor do CFC, as quais desempenhou com dedicação e entusiasmo.
No período que passou como Cap. no 37º BIMtz foi, sucessivamente,
Cmt. Cia.
Apoio, S/1 e S/3 Btl. Nessas funções evidenciou sua capacidade
profissional, a
grande dedicação ao trabalho, a disciplina que impunha a
seus homens, mas, ao
mesmo tempo, o seu lado humano conselheiro e amigo de seus subordinados.
Em Fevereiro de 1976 foi nomeado, mais ma vez, instrutor da Es.com. e retornou
ao Rio de Janeiro, desta vez para permanecer seis anos e contribuir, de
maneira
decisiva, para os êxitos alcançados pela Escola.
Cumpre destacar, desse importante período, um trecho de elogio formulado,
a seu
respeito, pelo Cmt. Es.Com. :"A modéstia e a eficiência
quando presentes na
atuação do militar são realmente dignas de elogio
do oficial. O cumprimento da
missão é dever de cada um, porém quando esta missão
é executada com alto
grau de responsabilidade, sacrificando suas horas de lazer e fazendo do
lar uma
continuação do dia de trabalho não se lhe podem negar
os elogios mercedores.
Nesse prólogo a que nos fundamentamos para louvar o Cap. SAMPAIO,
por sua
atuação no decorrer do ano letivo."
Em dezembro de 1977, foi promovido a Major, permanecendo na Es.Com. até
Janeiro de 1979, quando, por término de nomeação como
instrutor, foi classificado
no 1º B. Fron., depois 34º BIMtz, em Foz do Iguaçu - PR.
Nessa Unidade, desempenhou as funções de EM/OM, principalmente
da Seção
de Operações do Batalhão, na qual demonstrou suas
qualidades de planejador
meticuloso, tanto na elaboração quanto no acompanhamento
dos exercícios,
atividades em que granjeou o reconhecimento e a admiração
de todos os
integrantes da Unidade.
Aprovado no concurso para a Escola de Comando e Estado Maior em 1980, deixou
o 34º BIMtz, após dois anos de inestimáveis serviços
prestados a OM, em que,
sem dúvida nenhuma, proporcionou a elevação e o aperfeiçoamento
dos padrões
de instrução dos soldados e da Unidade.
Após a conclusão do Curso de Estado Maior, foi designado
para estagiar no
Comando da 11ª Brigada de Infantaria Blindada, a partir de Janeiro
d 1983, e logo
após a sua chegada nesta Guarnição, foi promovido
a Ten. Cel. em Abril do
mesmo ano.
Como integrante do EM/11ª Bda. Inf. Bld., desempenhou, primeiramente.,
as
funções de Adj. 3º Sec. e, depois, as outras funções
nas demais Seções do Estado
Maior, ora chefiando-as, ora substituindo os seus detentores.
Nesse período, após a chegada da ECEME, teve suas qualidades
profissionais
destacadas pelo então Cmt. Bda., Gen. ZENILDO ZOROASTRO DE LUCENA,
que o elogiou por sua inteligência lúcida, sua invulgar operosidade,
capacidade de
organização e excelente cultura profissional.
Digno de ser mencionado foi seu trabalho na montagem e assessoramento na
condução dos exercícios realizados pela Brigada em
Piracicaba em 1983 e na
Região de Itirapina em 1984, este uma complexa operação
envolvendo todo efetivo
da GU, cerca de 800 veículos, dois batalhões de pára-quedistas
e a execução de
tiro real com armas leves, pesadas e aviões de caça.
Em Junho de 1985 foi nomeado para a importante função de
Comandante do Corpo
de Alunos da ExPCEx e deixou o EM/Bda. após dois anos e quatro meses
de
permanência. Na sua despedida foi elogiado pelo Gen. Bda. CID DE
GOFREDO
FONSECA, então Cmt. Bda., pelos seus excelentes dotes militares,
competência e
bagagem profissional, dedicação ao trabalho e honestidade
de propósitos.
Na EsPCEx, permaneceu como Comandante do Corpo de Alunos até Setembro
de 1986, quando foi nomeado Comandante do 37º BIMtz.
Assumindo o Comando do 37º BIMtz em 27 de Janeiro de 1987, logo foi
promovido
a Coronel, em 30 de Abril de 1987.
Como Cmt. da Unidade, manteve o Batalhão no elevado patamar de
operacionalidade em que se encontrava, orientando e fiscalizando continuamente,
a instrução, a disciplina e o destacado índice de
disponibilidade das viaturas
mantido pela OM.
Com medidas administrativas corretas e oportunas, e a impulsão constantes
de
seus subordinados, através da ação e do exemplo, obteve
o máximo sucesso no
seu período e no seu desempenho à frente da unidade.
Nesse feliz período, teve a oportunidade de revelar a sua extraordinária
capacidade
de administrar e de condutor de homens. Graças ao seu dinamismo,
atuação e
ação de presença, o 37º BIMtz sempre se destacou,
de modo exemplar, nas
competições desportivas da 11ª Bda. Inf. Bld., conquistando
inúmeros lauréis.
A elogiável mentalidade de manutenção da OM e a impecável
apresentação do
material, instalações e dependências, fizeram com que
o 37º BIMtz fosse
considerado pelo Cmt. 11ª Bda. Inf. Bld., a melhor Unidade da Brigada,
apesar
de não ser blindada.
Em 31 de Janeiro de 1989, após dois anos de comando, foi exonerado,
sendo
classificado no Cmdo. 11º Bda. Inf. Bld., onde assumiu as funções
de Chefe da 2ª
Seção e, depois da 3ª Seção.
Seu método de trabalho, sua organização e o apego
aos detalhes o ajudaram
sobremaneira como Oficial de Informações; a formação
profissional, a vivência na
Infantaria e o conhecimento sobre o emprego das Armas foram fundamentais
para
o cabal cumprimento da função de oficial de Operações.
Em Novembro de 1990, foi nomeado Chefe EM. 11ª Bda. Inf. Bld., sendo-lhe
delegada a função de Ordenador de Despesas e de Agente Diretor
do Cmdo.
Bda. pelo Gen. JOUBERT DE OLIVEIRA BRIZIDA, então Cmt. da GU.
No desempenho dessas importantes funções foi elogiado sucessivamente
pelos
Cmt. Bda. anteriores a mim, o Gen. ROMILDO CAHIM, e o Gen. DYONÉLIO
FRANCISCO MOROSINI. Ambos destacaram, na sua atuação como
Ch. EM,
a sua elevada capacidade de coordenação e controle, e a sua
presença constante
em todos os planejamentos, programas e estudos das Seções
do Estado Maior.
Também foram unânimes em salientar seus sólidos conhecimentos
em
administração, que lhe permitiram desempenhar as funções
de Ordenador de
Despesas do Cmdo. Bda., com muita eficácia e eficiência.
Assumindo o Cmdo. Bda. em Maio de 1994, convidei-o para que continuasse
no
desempenho de suas funções, recomendado pelo meu antecessor
e escudado
nas informações que possuía a seu respeito, e pela
correção de atitudes e
segurança com que exerceu suas missões anteriores.
Neste período em que foi meu principal acessor, estou muito satisfeito
por haver
tomado esta decisão de escolhê-lo, mantendo-o nas funções.
Seu preparo profissional permitiu-lhe que se destacasse, tanto na condução
dos
assuntos ligados a atividade-fim, quanto dos assuntos ligados a administração.
Nesse sentido soube conduzir os estudos de Estado Maior, com muita competência
e correção, permitindo-me a tranqüilidade para que eu
pudesse me dedicar a outras
atribuições do Cmdo. Bda., inclusive deslocar-me para fora
da sede da guarnição.
Dentre os inúmeros atributos que aprendi a admirar nesse oficial,
destacam-se a
inteligência, a meticulosidade, a objetividade e a extrema dedicação.
Nenhum
excede, porém a sua exemplar e irrestrita lealdade essencial ao
desempenho e
fator primordial do êxito com que se houve nas funções.
Meu prezado Cel. SAMPAIO.
Ao vê-lo completar 40 anos de excelentes serviços prestados
ao Exército e se
afastar da vida ativa, não poderia deixar de repassar neste merecido
elogio, a sua
extensa carreira militar, recheada de fatos e episódios marcantes,
que por certo
ficarão gravados em sua mente. Não
poderia deixar de recordar as situações que
você vivenciou como oficial subalterno, depois como capitão
e finalmente como
oficial superior. Foram
momentos importantes que, felizmente, assinalados por
seus chefes imediatos, permitiram-nos conhecer sua vida militar, o soldado
JOAQUIM DE BRITO SAMPAIO, íntegro, amigo e leal.
Mas, no
momento desta
cerimônia, não me referirei ao militar, mas à pessoa
humana, a criatura
maravilhosa que você é. Quero
falar-lhe deste homem simples, honesto, pai de
família estremado, avô bondoso e "coruja", chefe de família
exemplar. Quero
falar-lhes de sua sociabilidade, afabilidade e no trato, que concorreram
para o
ambiente de amizade e sadia camaradagem que vivemos na Bda.
Quero
falar-lhes do ótimo cozinheiro, dos conselhos sobre os cardápios
das ocasiões
especiais, da famosa feijoada ou do churrasco em que é "expert".
Quero
falar-lhes do amigo de todas as horas, do companheiro em que pude confiar
em
todos os momentos.
Caro SAMPAIO!!
Saiba que esta cerimônia final de despedida não significa
que você deve se
afastar de nós, seus companheiros. Cumprimos
uma formalidade regulamentar
prevista, mas você será sempre uma presença fundamental
e marcante em
nossas reuniões e encontros sociais. Esperamos
que você aceite o convite e
volte quando a saudade apertar ou quiser rever os companheiros.
Não
há
necessidade de avisar, pois os amigos não precisam bater a porta.
Finalmente,
quero dirigir à sua bela família. Desejo cumprimentar sua
esposa D. Elcy, que o
acompanha desde 28 de Agosto de 1963, quando se casaram e, também
seus
filhos, noras, genro e netos, pela felicidade que vocês possuem de
contar com
uma pessoa tão virtuosa em seu seio.
Desejo
dizer-lhes que assim como ao
SAMPAIO, nossa casa estará sempre pronta a recebê-los, pois
serão sempre
bem vindos. Desejo que todos sejam muito felizes e que Deus os acompanhe
sempre. (INDIVIDUAL)
|